Um menino sonhador que saiu do Rio Grande do Sul, para realizar seu sonho e depois de anos de persistência, foco, muito estudo e superação, chegou a sua hora de brilhar.
Um gaúcho de Porto Alegre, chamado Pablo Guerrero que já passou pela Austrália, Estados Unidos, Europa e China estudando e ensinando a arte da dança, hoje atravessa o momento mais importante da sua carreira.
Passando pela GRES Cubango, e em 2023 coreografando a comissão de frente da Raça Rubro-Negra, Pablo Guerrero tem tudo para realizar seu maior sonho que é se tornar um coreógrafo do Grupo Especial do Carnaval Carioca.
Inicialmente, passista, coreógrafo e bailarino afro em sua cidade e estado, sua paixão e amor pela escola de samba fez com que ele viesse para o Rio de Janeiro, em 2008. Essa atitude de coragem fez com ele se envolvesse, cada vez mais, com o mundo das escolas de samba. Em seus primeiros anos no RJ, começou a dançar com grandes nomes como Jaime Arôxa e Carlinhos de Jesus, em algumas comissões de frente, além de coreografar para novelas da TV Globo, essa vivência despertou nele o desejo de ir além. Hoje o Pablo Guerreiro é considerado por muitos uma das mais interessantes revelações como coreógrafo da comissão de frente do estado do Rio de Janeiro.
O coreógrafo Pablo Guerreiro relata como foi a experiência e a gratidão pela Raça Rubro-Negra – “Para a construção da coreografia da Comissão de 2023, levamos 6 meses de pesquisas entre leituras, vídeos e trocas com pesquisadores do Núcleo de Pesquisa e Extensão do Samba no Pé Urbano Carioca/UFRJ, o qual faço parte”, confessa ele.
Pablo buscou mostrar com sua coreografia uma temática profunda – “O Ritual do Não- Retorno”. Nele, os escravizados, dando voltas na grande árvore do Baobá (a qual a pivô vinha representando), realizavam um ritual que preparava-os para a travessia da Grande Calunga (o Oceano Atlântico). Muitos desses ficaram pelo caminho, mas alguns resistiram e, aqui, criaram coisas belas: como os blocos afro, o samba, o funk, o passinho etc. Por isso, “Agô!”. Pablo em sua coreografia, pedia licença aos antepassados para contar sua história no Brasil.
“AGÔ!” Foi com essa mensagem que a comissão de frente da Raça Rubro-negra com coreografia de Pablo Guerrero, encantou a avenida. “Simplesmente gratidão a todos os envolvidos”, acrescenta.
O coreógrafo comenta que, “Meu futuro no Carnaval Carioca é poder alcançar o patamar dos grandes coreógrafos que já passaram à frente das comissões de frente das grandes escolas de samba do Carnaval. O meu maior sonho é contribuir para que artistas coreógrafos negros, assim como eu, cheguem em lugares ainda mais altos nessa que é a maior arte negra do planeta terra, e a forma que eu acredito”, finaliza ele.
O coreógrafo se destaca também por ter um viés artístico e educativo muito aguçado. Na entrevista ele demonstrou ser um cara simples, do bem e que tem muita disciplina quando o assunto é arte.
Dedicado a elevar a consciência ancestral afro da cultura brasileira tanto no Brasil e internacionalmente, Pablo traz uma riqueza de experiência, conhecimento e profundidade nas artes em geral.
Surge no Rio de janeiro mais um competente coreógrafo com a cara de grupo especial.
Guardem bem esse nome! Voa, Pablo Guerreiro!