A sociedade brasileira atual é plural, o que significa que existem diversas crenças, credos, religiões, ideologias, projetos, interesses diferentes, os quais convivem simultaneamente em um mesmo espaço e um mesmo período de tempo.
Para que a sociedade seja democrática, é necessário o respeito a toda essa diversidade. Nesse contexto, a Carta Magna assegura a diversidade, e preconiza o respeito, a alteridade, a convivência pacífica e harmônica da sociedade.
Ocorre que um dos grandes desafios enfrentados atualmente pela sociedade é o desrespeito, a intolerância, a exclusão das minorias. Essa afirmação pode ser comprovada com dados: entre os anos de 2015 a 2019, foram notificados 2.722 casos de intolerância religiosa (cerca de 50 por mês); de acordo com dados divulgados pelo Atlas, a cada hora, um caso de violência contra pessoa com deficiência é registrado no Brasil; dados do SUS informam que um LGBT é agredido no Brasil a cada hora, sendo que entre os anos de 2015 a 2017, 24.564 notificações de violências contra essa população foram registradas.
No âmbito religioso, o cenário de desrespeito cresce gradativamente. Nada obstante inúmeras sejam as campanhas e políticas para assegurar esse respeito, observa-se, cotidianamente, que as crenças alheias não estão sendo corretamente respeitadas, de maneira clara e expressa, sem qualquer tipo de desrespeito velado.
Exemplo disso são as sátiras envolvendo o nome e a história de Jesus. Situações como essa claramente não se enquadram na liberdade de expressão, isso porque esse direito é limitado por outros direitos fundamentais, como é o caso da liberdade religiosa. O direito de um indivíduo acaba quando começa o direito de outro e, por isso, não são legítimos os discursos que tentam enquadrar essas situações em liberdade de expressão.
Nota-se, nesse sentido, que o respeito é um grande desafio a ser enfrentado pela sociedade, em todo o mundo, no século XXI. Uma sociedade somente é verdadeiramente justa e democrática quando as diferenças são respeitadas, e os direitos fundamentais são usufruídos por todos os indivíduos.
O que se pede é apenas o respeito. Não exige-se a conversão de um indivíduo para uma outra religião, não se exige que uma pessoa goste de outra do mesmo sexo. Apenas exige-se o respeito: respeito às minorias, respeito às diferenças, respeito às crenças, respeito aos direitos de todos.- Thiago de Moraes
foto João Passos