Cinema do CCJF vira palco do debate “Luiz Gama: a história em dois séculos” em evento comemorativo aos 193 anos do nascimento do patrono da abolição da escravatura no Brasil

Após a reapresentação do documentário “Branquitude Brasileira”, o cinema do CCJF (Centro Cultural da Justiça Federal), na Cinelândia, no Rio de Janeiro, virou palco do debate Luiz Gama: a história em dois séculos, com o ator Déo Garcez (protagonista do filme), Antônio Tostes (diretor e produtor do longa), o jornalista Diego Mores, do Esporte Espetacular, da TV Globo; e mediado pela atriz Soraia Arnoni. Juntos, eles refletiram e colocaram em pauta a discriminação racial no Brasil e os danos causados, nos meios sociais e profissionais. O evento foi realizado em comemoração aos 193 anos de Luiz Gama, um grande revolucionário, em prol da abolição, na construção da história brasileira.

 O racismo, sempre, se manifesta e na maioria das vezes, é a principal razão da desistência dos objetivos que se almeja na vida. Soraia Arnoni, mediadora da mesa, explica que existem aspectos de saúde mental que fazem com que os negros se sintam mais fragilizados, diante da estrutura racista, que é perversa, sem esquecer da falta de representatividade, ainda, em muitos setores. “Quando não há uma referência de alguém que conseguiu alcançar aquele seu mesmo propósito, fica difícil de se acreditar capaz. Por isso, é de suma importância pessoas negras em diversas áreas, pois acabam alimentando os sonhos desses jovens que projetam o seu futuro”.

A rivalidade que deveria se manter, somente, nos gramados, nas quadras, nas piscinas e nos pódios, atravessam as disputas. Ultimamente, discriminar por motivos de cor, virou normalidade. O jogador Vini Jr, do Real Madrid, é uma das vítimas dos ataques. Diego Moraes, jornalista, relata que por mais que haja inclusão social, no momento em que se começa a pensar em um esporte como alto rendimento, é a hora em que as barreiras são encontradas. Em projetos sociais, por exemplo, há negros praticando, no entanto, essas atividades não envolvem curso de competição, de viagens. “Quem desejar ser alguém dentro do esporte, um atleta de nome, precisará desse retorno, desse investimento e aí, surgem as dificuldades. Você necessita de dinheiro para se alimentar, viajar, etc. Investir é desde à base. É por isso que o racismo continua no esporte, porque não deixou de existir em sociedade.

Sobre Luiz Gama, Déo Garcez acrescenta: “Atualmente, estaria lutando da mesma forma: com toda a garra e disposição, com todo esse espírito revolucionário. Um homem que dedicou a própria vida à luta pela liberdade de seres escravizados, pela igualdade de direitos, pela justiça e claro, pela democracia. Hoje, ele seria como os de hoje, contemporâneos, que estão aí: Mariele Franco (In Memoriam), que deixou frutos, e outros que também acreditam que a liberdade, a igualdade não são privilégios e sim direitos de qualquer pessoa”, finaliza.

Foto: Déo Garcês, em Branquitude Brasileira

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